Como sempre, vou tentar colocar links explicando conceitos que podem ser novos para quem estiver lendo. Também há um glossário após as dicas.
Porém, ainda recomendo que quem leia este texto já saiba informações básicas sobre o que são conjuntos de linguagem pessoais ({1}, {2}) e neolinguagem ({1}, {2}).
Este texto irá mencionar classes gramaticais, mas essa é uma questão inclusa apenas para as pessoas mais interessadas. Acredito que seja possível entender a mensagem do texto sem saber o que são conjunções ou quais tipos de pronomes existem.
Avisos de conteúdo: O texto menciona ódio à neolinguagem, machismo na língua portuguesa, cissexismo/exorsexismo e maldenominação.
A maioria dos textos que falam sobre escrever sem usar conjuntos de linguagem só mencionam o quanto neolinguagem (ou seja, a introdução de elementos novos na língua, como o pronome elu ou como usar e no final de palavras como alune ou bonite ao invés de a ou de o) é irritante, feia, fadada ao fracasso, difícil demais ou o que for.
Porém, como alguém que usa neolinguagem no conjunto pessoal, inclusive no dia-a-dia, e que também sabe que a existência de sintaxe que não usa nenhuma linguagem específica é útil? Magoa-me que a maioria dos textos que falem disto provavelmente veriam uma das únicas formas de euforia de gênero às quais (às vezes) tenho acesso como uma modinha inconveniente, desnecessária e que deveria ser eliminada.
(Por mais que geralmente estejam somente falando de linguagem neutra universal e não pensem no lado da linguagem pessoal - aliás, acho bom apontar que minha linguagem não é neutra - duvido muito que opiniões sobre eld ou elz sejam muito mais favoráveis do que opiniões sobre elu e elx.)
Prazer, sou Aster, uso ze/eld/e, entre outros conjuntos! E estou aqui para falar sobre como escrever sem usar conjuntos de linguagem específicos, uma prática também conhecida como sintaxe neutra, linguagem neutra sem neolinguagem, forma neutra da língua, -/-/-, nenhuma linguagem, e termos similares.
Dica 1: Aprenda a categorizar palavras de acordo com a existência de conjuntos de linguagem associados a elas
1. Palavras como alune, bonite, cansade, danade, excêntrique, fanfarrane, gostose, médique, namorade, professore, queride, treinadore e vendedore possuem final de palavra variável de acordo com o de cada pessoa.
Isso significa que, para não associar linguagem a alguma pessoa que precisa ser descrita com estas palavras, você vai precisar substituí-las ou associá-las a alguma palavra com um conjunto de linguagem fixo associado com ela.
Para não usar nenhuma linguagem específica, ao invés de dizer estie é minhe namorade, você poderia dizer esta é a pessoa que eu namoro.
Esta frase contém duas das técnicas comuns em “tirar” a linguagem específica de algo: usar a palavra pessoa ao invés de se referir a alguém diretamente e trocar uma palavra mais direta por uma descrição de sua função.
Assim, vendedore pode ser pessoa que vende, trabalhadore pode ser pessoa que trabalha e moderadore pode ser pessoa que modera. Só sugiro tomar cuidado, pois certas substituições podem ficar estranhas em alguns contextos.
2. Palavras como artista, bissexual, camarada, desenhista, estudante, feliz, irritante, jovem, monarca, profissional, rival, sorridente e tenista não possuem finais de palavra variáveis; porém, não existem conjuntos específicos associados a elas, então há a necessidade de cuidado ao redor da palavra.
Em esse menino é irritante, a palavra irritante não precisa ser trocada, mas, para tirar a presunção do conjunto de linguagem, a primeira parte da frase pode ser trocada para essa criança é irritante, por exemplo.
Já em frases como ela é uma artista ou ele é um tenista, talvez possa ser interessante trocar palavras por descrições, como em é uma pessoa que faz arte ou é uma pessoa que joga tênis.
Mas, se é melhor que as palavras sejam mantidas, outros desvios podem ser feitos. Talvez a primeira pessoa possa ser descrita como alguém que faz parte de um grupo de artistas, ou a segunda pessoa possa ser descrita como é uma pessoa que é tenista.
3. Palavras como amizade, amor, animal, bicho, coisa, coração, corpo, cria, criança, família, grupo, monstro, organização, parceria, pessoa, ser, união e unidade já possuem os conjuntos a/ela/a ou o/ele/o associados a cada uma.
Estas são importantes no contexto de não usar linguagem específica para pessoas ou outros seres, já que com elas você estará usando o conjunto de cada palavra, ao invés de ter que atribuir linguagem a alguém.
Por exemplo, elu é minhe colega pode virar aquela pessoa é da minha empresa/organização, ou, dependendo, aquela pessoa é minha parceria. Assim, a linguagem é baseada nas palavras pessoa, empresa, organização e parceria, e não no conjunto de linguagem pessoal da pessoa.
Dica 2: Mais substituições para artigos e pronomes
Tal é uma palavra que pode ser usada para substituir artigos (ou até mesmo outras palavras) em algumas ocasiões.
Original | Sem conjunto específico |
---|---|
Achei alguém cujo trabalho parece combinar com meu estilo. Eu vou ligar para a designer amanhã. | Achei alguém cujo trabalho parece combinar com meu estilo. Eu vou ligar para tal designer amanhã. |
Algumas vezes, também é possível omitir o artigo sem perder o significado da frase.
Original | Sem conjunto específico |
---|---|
Os jornalistas estiveram aqui ontem. | Jornalistas estiveram aqui ontem. |
Pronomes pessoais podem ser substituídos por nomes, caso você conheça o nome de quem você quer se referir.
Original | Sem conjunto específico |
---|---|
Este estojo é dela. | Este estojo é de Carla. |
Ele é minha parceria. | Dan é minha parceria. |
Eu acho que a ideia foi delus. | Eu acho que a ideia foi de Ernesto e Fátima. |
Caso você não saiba os nomes das pessoas, você vai ter que fazer substituições por aquela pessoa, aquele grupo, etc.
Original | Sem conjunto específico |
---|---|
Eles vieram aqui. | Aquele grupo veio aqui. |
Acho que gosto dile. | Acho que gosto daquela pessoa. |
Aqueles homens são meus vizinhos. | Aquelas pessoas são minhas vizinhas. |
Dica 3: Como lidar com grupos de palavras/pessoas/coisas que usam conjuntos diferentes
Se um grupo contém pessoas que usam vários conjuntos de linguagem diferentes, não é possível reduzi-lo a algo como os alunos, os meninos, os jovens, os estagiários, os amigos, etc.
Em alguns casos, é possível usar a palavra grupo, ou usar outras palavras que substituem isso.
Em outros, é possível falar dos elementos separadamente, associando um conjunto a cada um, se necessário.
Já em outros, é só evitar quaisquer conjuntos específicos.
Original | Sem conjunto específico |
---|---|
Aqueles estudantes possuem notas muito baixas. | Aquele grupo de estudantes possui notas muito baixas. |
Meus amigos me chamaram para sair. | Vitória, Lúcio e Rafa me chamaram para sair. |
Preciso do mar, sol e areia. | Preciso do mar, do sol e da areia. |
Quero comprar uns semicondutores e resistências. | Quero comprar semicondutores e resistências. |
Dica 4: Nem sempre as frases vão sair iguais
Manter o exato mesmo sentido de uma frase que usa algum conjunto de linguagem específico quando você quer tirar o uso de tal conjunto pode ser difícil ou impossível.
Ao invés de tentar provar que você consegue sempre superar as limitações de tal conjunto, pode ser melhor adaptar frases, mesmo que elas não sejam exatamente as que você queria.
Por exemplo, meus pais não me aceitam, as pessoas que moram comigo não me aceitam e minha família não me aceita são três coisas diferentes, mas se é importante deixar de se referir a pai e mãe como pais e deixar de usar o/ele/o como base para a palavra que significa “mães e/ou pais” sem usar neolinguagem, há a necessidade de uma substituição que pode não funcionar para todos os casos. O que importa é que funcione para o seu.
Apêndice 1: Definições
Eu não gosto de quando vários termos iguais ou parecidos possuem significados diferentes, quando podem ser usados no mesmo contexto. Portanto, vou explicar meu uso pessoal de alguns termos:
-/-/-
Na minha experiência, pessoas que usam -/-/- não querem uma linguagem cortada (como em um menin ou em um- menin-), e sim uma linguagem que evite qualquer elemento mais específico (como em uma pessoa jovem ou em uma criança).
Basicamente, este artigo fala da linguagem -/-/-, ou ao menos de como é usada aqui.
Mas, pra não atrapalhar muito possíveis leituras orais, especialmente as automatizadas que não entendem nem que a/ela/a se pronuncia a ela a, e que vão entender menos ainda que -/-/- seria traço traço traço ou nada nada nada ou mesmo sem linguagem específica, vou usar uma sigla nestes apêndices: NLE (Nenhuma Linguagem Específica).
Conjunto de linguagem (o termo também pode ser resumido em conjunto e/ou linguagem)
Artigo (definido)/pronome (pessoal reto da terceira pessoa do singular)/final de palavra, além de outras palavras derivadas e das outras flexões irregulares que ocorrem de vez em quando.
(Por exemplo, alguém que usa o/ele/o geralmente usa um ao invés de umo e corredor ao invés de corredoro.)
É um termo mais flexível do que gênero gramatical tanto por si só quanto em utilização junto ao sistema artigo/pronome/final de palavra.
Conjunto de linguagem pessoal (o termo também pode ser resumido em linguagem pessoal, conjunto [de alguém], e/ou linguagem [de alguém])
O conjunto que deve ser usado para se referir a alguma pessoa, sendo que esta pessoa tem que ter dado permissão para isso.
Por exemplo, se eu digo “Maria usa a/ela/a”, é porque está implícito que Maria escolheu este conjunto e/ou está confortável com ele. Mesmo que muitas pessoas usem o/ele/o para Maria, esta não é sua linguagem pessoal se ela não quer utilizar tal conjunto.
Linguagem neutra ou genérica
A linguagem que alguém usa para se referir a pessoas que não conhece ou a grupos de pessoas com linguagens que são ou podem ser diferentes entre si.
Por exemplo, se você diz “os meus primos são ótimos, eles me ensinaram a nadar” sobre um grupo de crianças onde duas são meninas que usam a/ela/a e duas são meninos que usam o/ele/o, você está usando o/ele/o como linguagem neutra.
Se você diz “es minhes primes são ótimes, elus me ensinaram a nadar” sobre o mesmo grupo, você está usando e/elu/e como linguagem neutra.
Isto é, quando eu escrevo que “tal pessoa usa o/ele/o como linguagem neutra”, não quero dizer que apoio que o/ele/o como uma forma neutra universal ideal para a língua. Também não quero dizer que isso significa que a pessoa usa o/ele/o como o conjunto de linguagem pessoal de todo mundo.
Linguagem neutra universal
Qualquer proposta de linguagem neutra/genérica que seja supostamente para todo mundo usar, mas sem a carga de machismo da linguagem utilizada como neutra na maior parte dos materiais disponíveis em língua portuguesa.
Eu não apoio dizer que alguém que usa o/ele/o usa “linguagem masculina” ou “de homem”. Categorizações de linguagem por gênero devem ser evitadas.
Porém, não há como ignorar que o/ele/o é a linguagem considerada padrão porque é a linguagem associada com homens, que historicamente foram e ainda são considerados como o gênero superior ou padrão.
É por isso que muita gente propõe e/ou usa @/el@/@, x/elx/x, e/elu/e, NLE ou outros conjuntos como linguagem neutra.
No momento, considero que qualquer linguagem neutra universal seja apenas uma proposta, já que qualquer um dos conjuntos propostos tem seus próprios problemas, e nenhum deles é popular o suficiente para que haja pressão para que todas as pessoas o adotem.
Maldenominar
Usar a linguagem errada para alguém, ou de outra forma invalidar sua escolha de conjuntos de linguagem pessoais, títulos, nomes, rótulos de identidade de gênero, etc.
Isso tem um peso maior quando acontece com pessoas cisdissidentes (não-cis), mas não é impossível maldenominar alguém que seja cis.
Tradução/adaptação de misgender.
NLE (Nenhuma Linguagem Específica)
É a tal da sintaxe neutra, do conjunto -/-/-, etc.
É não atribuir qualquer conjunto específico (como o/ele/o, a/ela/a ou e/elu/e) a alguém ou a algum grupo. Ao invés disso, se usam palavras que já possuem conjuntos específicos associados a elas (como pessoa, que usa a/ela/a, ou grupo, que usa o/ele/o), ou se dá outro jeito de evitar usar qualquer conjunto.
Neolinguagem
Como descrevi antes, é qualquer palavra criada para o propósito de incluir mais “gêneros gramaticais” na língua portuguesa. (Mas, como falei antes, sugiro que não os chamem de gêneros, até porque conjuntos são extremamente flexíveis.)
Isso significa que:
- O artigo e (como em “e menine”) é neolinguagem, mesmo que já exista a conjunção aditiva e;
- A maioria dos conjuntos que não são o/ele/o ou a/ela/a, como le/elu/e e -/ele/e, usam neolinguagem;
- Nem todos os conjuntos que não são o/ele/o ou a/ela/a usam neolinguagem. NLE e -/ele/a são exemplos de conjuntos fora da norma que não usam neolinguagem;
- O que muita gente conhece como “linguagem neutra” ou “linguagem não-binária” vai ser chamado aqui de neolinguagem.
Também é possível adicionar o prefixo neo a classes gramaticais para falar dessas classes especificamente: por exemplo, eld é um neopronome e le é um neoartigo.
Apêndice 2: Utilidades de não usar nenhuma linguagem específica
NLE é útil para:
-
Falar com pessoas que você não conhece sem ter medo da pessoa se sentir maldenominada por você ter usado um conjunto que ela não gosta (mesmo que tal conjunto seja o que você usa como linguagem neutra universal);
-
Usar como linguagem neutra universal, caso você prefira usar NLE a usar algum conjunto que envolve neolinguagem;
-
Usar em situações formais e/ou queermísicas onde neolinguagem (seja como linguagem neutra ou pessoal) pode causar problemas ou levar um texto ou uma fala à rejeição;
-
Usar em situações onde você quer esconder a linguagem que alguém usa (por exemplo, você não quer falar que alguém que você conhece na verdade usa outra linguagem, mas também não quer maldenominar a pessoa);
-
Usar para pessoas que usam -/-/- ou que estão questionando a própria linguagem;
-
Usar quando você esqueceu da linguagem de alguém, ou não sabe usar algum elemento de seu conjunto.
NLE não deve ser usada para:
-
Argumentar que, como linguagem neutra universal sem neolinguagem é possível, qualquer tentativa de linguagem neutra universal que usa neolinguagem é desnecessária/ruim;
-
Evitar usar a linguagem de alguém porque você não concorda com ela (seja puramente por motivos transmísicos, seja por ser contra neolinguagem ou algo dentro dela);
-
Nunca aprender a usar/entender neolinguagem, já que “dá pra fazer tudo dentro da norma”.
Apêndice 3: Diferença entre usar NLE e neolinguagem como linguagem neutra
Para alguém que está partindo de usar o/ele/o [ou mesmo o(a)/ele(a)/o(a)] como linguagem universal, qualquer alternativa pode ser difícil no início. No entanto, escolher um conjunto que usa neolinguagem faz com que a mudança entre conjuntos seja bem mais direta:
o/ele/o | e/elu/e | -/-/- (NLE) |
---|---|---|
Agradeço a todos os nossos espectadores | Agradeço a todes es nosses espectadories | Agradeço a todas as pessoas que estão nos assistindo |
Todos os alunos desta escola são esforçados | Todes es alunes desta escola são esforçades | Todas as pessoas que estudam nesta escola são esforçadas |
Você sabe os nomes dos personagens principais? | Você sabe os nomes des personagens principais? | Você sabe os nomes de quem está no grupo de personagens principais? |
Em relação a esta última: eu sei que algumas pessoas usam sempre a/ela/a com personagem, mas a maior parte dos usos que vejo trocam a linguagem de acordo com a linguagem de cada personagem. Existem algumas outras palavras aonde isso acontece, como membro: alguém é sempre um membro, ou existem membras, membres, etc.?
Isso vai de como você prefere usar tais palavras. Se você diz que o Shinji é uma personagem, você não precisa trocar isso para sua linguagem ser “mais neutra”. Porém, se você diz que o Shinji é um personagem, e que a Asuka é uma personagem, você vai ter que contornar isso na hora de não usar nenhuma linguagem específica ao se referir à Asuka e ao Shinji ao mesmo tempo.
Enfim, isso faz com que NLE seja uma forma menos prática de linguagem neutra do que neolinguagem, mesmo que muitas pessoas tenham a impressão oposta puramente por neolinguagem conter “novas palavras”.
Apêndice 4: Misturando NLE com neolinguagem (ou com outros conjuntos)
NLE não precisa ser uma coisa completamente separada de outros conjuntos de linguagem.
NLE pode ser sempre misturada com outros conjuntos (por exemplo, ele é uma pessoa dedicada ao invés de ele é dedicado), e também pode ser usada para evitar certas construções que podem dar problemas, ou onde há dúvidas sobre qual seria a forma certa.
Por exemplo, ume artista usa -/ilu/e. Estamos falando déssie artista, desse artista, dessu artista ou dissu artista?
Algumas pessoas diriam que dissu é a forma que faz mais sentido, porque ele está para aquele e desse assim como ilu está para aquilu e dissu.
Mas dissu parece muito disso, o que pode parecer ofensa.
Desse é a forma igual à associada ao final de palavra o e/ou ao pronome ele. E déssie, embora seja uma forma aceita, pode ser confundida com desse na fala oral.
E então sobra dessu, mas talvez esta forma acabe parecendo associada ao pronome elu ou ao final de palavra u.
Uma solução seria perguntar para tal artista; porém, há situações onde isso pode não ser possível ou ideal. Desta forma, uma opção seria dizer que estamos falando de tal artista, ou dessa pessoa que trabalha com arte.
Também existem situações como o pronome de alguém não formar uma contração tão fácil como aquelu, aquela, deld ou dele. Existem pronomes que não começam com vogais, ou que estão tão longe dos pronomes mais comuns que pessoas podem não entendê-los como tal.
Alguns exemplos de pronomes que já vi pessoas usando, e que cabem nisso, são e, ty e 🐾. Enquanto só dizer ty foi pra praia ou eu conheço 🐾 não é muito diferente de uma substituição por um nome, isso é de ou estou falando daquty desenhista pode não ficar tão legal ou fácil de entender.
Assim, isso é de [nome] ou estou falando daquela pessoa que desenha podem ser opções melhores, ainda que você use a linguagem pessoal dessas pessoas em outras situações.
Mesmo em relação a usar neolinguagem como linguagem neutra, não é uma obrigatoriedade o uso contínuo da linguagem que você escolheu. Você pode falar daquelas pessoas que trabalham na fábrica de tambores ao invés de falar daquelus trabalhadories da fábrica de tambores.
Só peço que não exagere, dependendo do contexto, ou vai parecer que você está tentando evitar usar neolinguagem ou a linguagem de certas pessoas a todo custo.
Comments
August 25, 2019 16:32
Obg por esse texto!
Ajudou bastante a cimentar a ideia que eu tenho na cabeça desde que li aquele artigo muito antigo do partido pirata sobre linguagem neutra e coisas do tipo, além de atualizar e avançar bastante sobre o assunto em outros conceitos.
Gostei bastante e já estou recomendando para amigues <3
Talvez eu até escreva um pouquinho sobre o uso que eu to fazendo da linguagem e coisa do tipo. Mais uma vez, muito obrigade <3
August 29, 2019 14:41
@ardydo que legal, valeu!
Eu quero muito que este artigo possa ser uma referência para NLE, até mesmo para pessoas sem muito contato com neolinguagem, então agradeço muito que você e outras pessoas estejam o espalhando!